Estoy aquí

Antes de ir ao assunto principal da história, quero desabafar mais uma vez, mas dessa vez o desabafo tem a a ver com o tópico da postagem. Ontem de manhã eu peguei o ônibus para ir a escola, cheguei ao destino, atravessei duas pistas como de costume e fui em direção a escola (que tem um estacionamento externo e um interno), ao andar pelo estacionamento externo, acabei cruzando com uma "multidão" de umas 5 pessoas, quando parei e vi tive um tremelique e segurei o meu choro o máximo que eu pude, no chão tinha uma cadela da raça labrador de cor marrom que parecia estar aparentemente cortada na dobra da perna (como se fosse a junção da coxa com o resto do corpo), dava pra ver o músculo da bichinha, ela não tava sangrando, mas dava pra ver algo vermelho e ela não se mexia de jeito nenhum, ficava quieta olhando com um olhar de dar pena sentada enquanto a "dona" (que participava da pequena multidão) a segurava pela coleira, muitos alunos passavam e pareciam se preocupar, mas iam em direção a aula, mas 4 alunos permaneceram ali junto a "dona" da cadela, um dos alunos perguntou se alguém tinha bônus ou crédito para a mulher poder ligar pra algum conhecido, eu ofereci o meu celular enquanto tremia com toda aquela situação (se eu fosse a senhora eu já estaria em prantos desesperada, complemente desnorteada, mas ela estava tão tranquila), diz ela que ligou pro filho que chegaria logo (mas não chegou nunca), depois de um tempo uma criança preocupada chegou e foi embora (e depois voltou com ração) e eu resolvi tomar a atitude de ir ao pet shop mais próximo perguntar o preço da consulta (um dos alunos foi comigo), a consulta era R$70,00. 

Voltamos rapidamente e logo vimos a filha da dona da cadela, falamos o preço da consulta e eu fiquei agoniada enquanto elas afirmavam que logo o filho chegaria (a criança não saiu de perto nenhum minuto), enquanto isso eu tive a ideia de fazermos algo enquanto a Brida agonizava de dor, não podíamos simplesmente esperar... Falei pra irmos de sala em sala pedir uma pequena contribuição dos alunos pra poder pagar a consulta e os outros 3 alunos que estavam lá toparam (eram 2 meninos e 1 menina da minha sala). Nos dirigimos as salas e a menina da minha sala entrou comigo todas as vezes, algumas vezes eu falei, outras vezes ela falou e aos poucos fomos arrecadando dinheiro, cada um deu o que pode, moedas, 1 real, 2 reais ou o que tinha (eu dei as notas que tinha na minha carteira), no fim juntamos um bom dinheiro (os meninos contaram) e voltamos até o estacionamento bem na hora em que o veterinário tinha colocado a Brida no carro e levado ela até o pet shop, a senhora estava indo embora e a filha e a criança acompanharam a cadelinha. Todos fomos pra lá acompanhar e ficamos esperando, aguardando notícias e infelizmente o pior veio... O que pensamos ser apenas um corte, eram fraturas nas duas pernas traseiras devido a atropelamento e a pet não tinha esse tipo de especialidade, aplicaram um remédio para dor, mas a Brida teria que ser encaminhada (nós conversamos com a filha da senhora e indicamos o melhor lugar que é a UnB, que normalmente faz cirurgias bem mais em conta, mas ela preferiu levar em um amigo de um outro lugar), usamos o dinheiro arrecadado pra pagar a consulta e demos o resto para poder ajudar a moça (pois nos informaram que a cirurgia sairia muito cara)... A menina que ficou com o telefone da dona ainda não ligou para se informar, mas disse que iria ligar hoje e dizer o que aconteceu com a cadelinha (to torcendo pra que tudo tenha dado certo)... Mas vamos ao pior... Hoje fui pra aula como sempre... E ao esperar pra atravessar um cachorro veio correndo de um beco e eu só comecei a praticamente gritar "AI MEU DEUS, AI MEU DEUS, AI MEU DEUS" como sempre faço quando vejo algo assim, um cachorrinho correndo um risco tão grande e infelizmente o pior aconteceu, ele foi atropelado! Nunca me senti um lixo tão grande... Um dia ajudando e no outro isso simplesmente acontece e o pior, eu não consegui fazer nada, não fui atrás, não fiz NADA, estou me sentindo péssima! Passei o dia com a imagem na cabeça e não sei... Estou me sentindo muito mal com tudo isso... Impotência é a palavra? Idiotice talvez... Sinto uma agonia, uma tristeza, uma coisa muito ruim dentro de mim, um choro contido que não quer sair...

Mas vou postar o que eu queria postar desde o começo....

Cachorros que vivem nas ruas, muitas vezes, passam despercebidos pelo olhar das pessoas. Para tornar visíveis aqueles animais que parecem ter se tornado invisíveis, dois estudantes do Chile resolveram fazer uma intervenção urbana. Violeta Caro Pinda e Felipe Carrasco Guzmán amarraram balões ao pescoço dos cachorros com mensagens como “não me abandone”, “me abrace” e “não me deixe”. O vídeo da ação foi postado no Youtube e já foi visto mais de 230 mil vezes.

A iniciativa, realizada no ano passado e intitulada “Estoy aquí” (Estou aqui, em português), deu certo. Os cães comoveram as pessoas, que retribuíram com carinhos e cuidados para os animais.