Reflexão da semana!


Ela

Me acompanhava sempre, por vezes minha zona de conforto, por outras, o fundo do poço. 
Dizia palavras de cuidado, bem baixo no meu ouvido...dizia palavras frias, era eu mais uma vez de coração partido. 
Desespero, dor, escuridão e instabilidade, e ela me olhando ali, sóbria, com seus olhos de caridade. Dia e noite, noite e dia, tic tac, tic tac, ela ria, minhas horas, meus momentos, um sussurro de lamento, os raios de luz, minha alegria, tudo ela ruía. 
Chegou a um ponto no meio daquele breu, onde não sabia mais quem era ela ou quem era eu! O tempo passando, não sabia se estava perdido, na mata, num lugar escondido, não lembrava o caminho de volta pra casa, não era mais eu, não era mais nada... 
Sentia suas unhas afiadas sobre mim, lamento, perda e castigo sem fim; ela estava lá a todo momento, aumentando cada vez mais o meu tormento, fundo do poço, horas passando, tic tac, eu já não mais combatia o bom combate....ela era eu, eu era ela, dinâmica e invencível, só um pedaço de carne, não havia mais um ser humano visível. 
Um dia me rastejando por aquele aposento escuro, achava eu que não havia mais um lugar seguro, mas alguém havia deixado uma fresta, passando a luz do sol atrativa, curiosidade, a última força que me resta, juntei tudo e segui aquela luz....meus olhos doloridos, meu corpo ferido, mas afinal, eu já havia saído, foi uma das poucas vezes de vitória para mim, mais uma vez após meses enfim, não havia mais ela, só eu e meu coração, resquício de emoção, mais um dia respirando o ar fresco e longe dela...longe da depressão!

Inspiração

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