Ela tem me rodeado, atravessado meu caminho algumas vezes e cada vez mais me mostra que encará-la de frente é inevitável pra qualquer mortal. E o que me intriga é porque é tão difícil aceitar que todos - alguns cedo, outros tarde – vamos ficar frente a frente com ela: a morte.
Ultimamente tenho sentido mais a presença dela, seja pelas pessoas próximas que estão doentes, ou pelo livro que estou lendo o qual é narrado pela morte: a menina que roubava livros e até pelo ultimo episódio da série que assisto: Grey's Anatomy. E isso me faz porque a morte tem que ser tão sádica de ver uma pessoa sofrer tanto tempo, com dores, sem muita expectativa de melhora e não acabar de vez com isso, não a leva pro céu, inferno, limbo, outra dimensão ou sei lá mais o que existem nas crenças.
Essa minha pergunta não será respondida, algumas religiões me dizem que é o carma, que o espírito já está evoluído, mas não consigo acreditar nisso, ainda mais quando a pessoa que sofre é uma criança.
Uma outra pergunta é se vale a pena lutar contra algo tão grande quanto a morte. O que você acha? Algumas pessoas que conheci perceberam que esse encontro estaria marcado, não importava o quanto ele fosse adiado. Ele seria inevitável, então porque remarcar? E resolveram viver e se preparar para esse encontro da melhor forma possível.
Vários são os julgamentos dos outros que não entendem que esse encontro não é protelado, e pra quem foi forte o suficiente para não adiar esse encontro nada mais importa. Foram viver no mundo das hipóteses.
E quando eu finalmente a encontrar, só restará meu epitáfio:
"– A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais [...] A vida das gentes neste mundo, senhor Sabugo, é isso. Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia. Pisca e mama, pisca e brinca, pisca e estuda, pisca e ama, pisca e cria filhos, pisca e geme os reumatismos, e por fim pisca pela última vez e morre. – E depois que morre?, perguntou o Visconde. – Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?" Monteiro Lobato
PS: Tem coisas que a gente precisa tirar do coração, essa foi uma delas.
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